Regra ABC, ABCD e ABCDE em medicina de emergência: o que o socorrista deve fazer

A “regra ABC” ou simplesmente “ABC” na medicina indica uma técnica mnemônica que lembra aos socorristas em geral (não apenas médicos) as três fases essenciais e salvadoras da avaliação e tratamento do paciente, principalmente se inconsciente, no fases preliminares do Suporte Básico de Vida

A sigla ABC é na verdade um acrônimo de três termos em inglês:

  • via aérea: via aérea;
  • respiração: respiração;
  • circulação: circulação.

A permeabilidade das vias aéreas (ou seja, o fato de as vias aéreas estarem livres de obstruções que possam impedir o fluxo de ar), a presença de respiração e a presença de circulação sanguínea são, de fato, três componentes vitais para a sobrevivência do paciente.

A regra ABC é especialmente útil para lembrar o socorrista das prioridades na estabilização do paciente

Assim, a permeabilidade das vias aéreas, a presença de respiração e a circulação devem ser verificadas e, se necessário, restabelecidas nesta ordem precisa, caso contrário as manobras subsequentes serão menos eficazes.

Em termos simples, o socorrista que fornece primeiro socorro a um paciente deve:

  • Primeiro verifique se a via aérea está desobstruída (principalmente se o paciente estiver inconsciente);
  • Em seguida, verifique se a vítima está respirando;
  • em seguida, verifique a circulação, por exemplo, pulso radial ou carotídeo.

A fórmula 'clássica' da regra ABC destina-se principalmente aos socorristas em geral, ou seja, aqueles que não fazem parte da equipe médica.

A fórmula ABC, como a AVPU escala e a manobra GAS, devem ser conhecidos por todos e ensinados desde a escola primária.

Para os profissionais (médicos, enfermeiros e paramédicos), foram elaboradas fórmulas mais complexas, denominadas ABCD e ABCDE, que são mais utilizadas na área da saúde por socorristas, enfermeiros e médicos.

Em alguns casos, fórmulas ainda mais abrangentes são usadas, como ABCDEF ou ABCDEFG ou ABCDEFGH ou ABCDEFGHI.

ABC é mais 'importante' do que o dispositivo de desencarceramento KED

Em caso de acidente de viação com vítima de acidente no veículo, a primeira coisa a fazer é verificar as vias respiratórias, respiração e circulação, e só então a vítima do acidente pode ser equipada com um pescoço cinta e KED (a menos que a situação exija uma extração rápida, por exemplo, se não houver chamas intensas no veículo).

Antes do ABC: segurança e estado de consciência

A primeira coisa a fazer depois de verificar se a vítima está em local seguro em uma emergência médica é verificar o estado de consciência do paciente: se estiver consciente, evita-se o risco de parada respiratória e cardíaca.

Para verificar se a vítima está consciente ou não, basta abordá-la pelo lado para onde seu olhar está direcionado; nunca chame a pessoa porque se houver trauma na coluna cervical o movimento brusco da cabeça pode até ser fatal.

Se a vítima responder é aconselhável apresentar-se e perguntar sobre o seu estado de saúde; se ele reagir, mas não puder falar, peça para apertar a mão do socorrista. Se não houver resposta, um estímulo doloroso deve ser aplicado à vítima, geralmente um beliscão na pálpebra superior.

A vítima pode reagir tentando escapar da dor, mas permanece em estado quase adormecido, sem responder ou abrir os olhos: neste caso, a pessoa está inconsciente, mas a respiração e a atividade cardíaca estão presentes.

Para avaliar o estado de consciência, pode-se utilizar a escala AVPU.

Antes do ABC: posição de segurança

Na ausência de qualquer reação e, portanto, de inconsciência, o corpo do paciente deve ser colocado em decúbito dorsal (barriga para cima) sobre uma superfície rígida, preferencialmente no chão; a cabeça e os membros devem estar alinhados com o corpo.

Para isso, muitas vezes é necessário movimentar a vítima e fazer com que ela faça vários movimentos musculares, o que deve ser feito com cautela e somente se for vitalmente necessário, em caso de trauma ou suspeita de trauma.

Em alguns casos é necessário colocar a pessoa na posição lateral de segurança.

Deve-se ter muito cuidado ao manusear o corpo em caso de cabeça, pescoço e Espinhal lesões na medula: em caso de lesões nestas áreas, a movimentação do paciente só pode piorar a situação e causar danos potencialmente irreversíveis ao cérebro e/ou medula espinhal (por exemplo, paralisia total do corpo se a lesão estiver no nível cervical).

Nesses casos, a menos que você saiba o que está fazendo, é melhor deixar a vítima na posição em que está (a menos, é claro, que ela esteja em um ambiente totalmente inseguro, como uma sala em chamas).

O tórax deve ser descoberto e quaisquer amarras devem ser removidas, pois podem obstruir as vias aéreas.

As roupas geralmente são cortadas com uma tesoura (a chamada tesoura de Robin) para economizar tempo.

O “A” do ABC: Perviedade das vias aéreas no paciente inconsciente

O maior perigo para uma pessoa inconsciente é a obstrução das vias aéreas: a própria língua, devido à perda de tônus ​​dos músculos, pode cair para trás e impedir a respiração.

A primeira manobra a ser realizada é uma extensão modesta da cabeça: uma mão é colocada na testa e dois dedos sob a protuberância do queixo, trazendo a cabeça para trás levantando o queixo.

A manobra de extensão leva o pescoço além de sua extensão normal: a ação, embora não precise ser realizada de forma violenta, deve ser efetiva.

Em caso de suspeita de trauma cervical, a manobra deve ser evitada como qualquer outro movimento do paciente: neste caso, de fato, só deve ser realizada se for absolutamente necessário (no caso de paciente em parada respiratória, por exemplo), e deve ser apenas parcial, para evitar danos ainda gravíssimos e irreversíveis ao coluna espinal e, portanto, para a medula espinhal.

Os socorristas e os serviços de emergência utilizam dispositivos como cânulas orofaríngeas ou manobras delicadas como subluxação da mandíbula ou intubação para manter as vias aéreas abertas.

A cavidade oral deve então ser inspecionada usando a 'manobra de bolsa' que é realizada torcendo o dedo indicador e o polegar juntos.

Se houver objetos que obstruam as vias aéreas (por exemplo, dentaduras), eles devem ser removidos com a mão ou com fórceps, tomando cuidado para não empurrar ainda mais o corpo estranho.

Se houver água ou outro líquido, como no caso de afogamento, vômito ou sangramento, a cabeça da vítima deve ser inclinada para o lado para permitir que o líquido escape.

Se houver suspeita de trauma, todo o corpo deve ser girado com a ajuda de várias pessoas para manter a coluna no eixo.

Ferramentas úteis para limpar fluidos podem ser lenços de papel ou lenços, ou melhor ainda, um portátil Unidade de sucção.

Perviedade da via aérea “A” no paciente consciente

Se o paciente estiver consciente, os sinais de obstrução das vias aéreas podem ser movimentos assimétricos do tórax, dificuldades respiratórias, lesão na garganta, ruídos respiratórios e cianose.

O “B” do ABC: A respiração no paciente inconsciente

Após a fase de permeabilidade das vias aéreas é necessário verificar se a vítima está respirando.

Para verificar a respiração no inconsciente, você pode usar a “manobra GAS”, que significa “olhar, ouvir, sentir”.

Isso envolve 'olhar' para o tórax, ou seja, verificar por 2-3 segundos se o tórax está se expandindo.

Deve-se ter cuidado para não confundir os suspiros e gorgolejos emitidos em caso de parada cardíaca (respiração agônica) com respiração normal: portanto, é aconselhável considerar a respiração ausente se a vítima não estiver respirando normalmente.

Se não houver sinais respiratórios, será necessário administrar respiração artificial por via oral ou com auxílio de protetores equipamento (máscara de bolso, protetor facial, etc.) ou, para socorristas, um balão auto-expansível (AMBU).

Se houver respiração, deve-se observar também se a frequência respiratória está normal, aumentada ou diminuída.

“B” Respiração no paciente consciente

Se o paciente estiver consciente, não é necessário verificar a respiração, mas o OPACS (Observar, Palpar, Ouvir, Contar, Saturar) deve ser realizado.

O OPACS é usado principalmente para verificar a 'qualidade' da respiração (que certamente está presente se o sujeito estiver consciente), enquanto o GAS é usado principalmente para verificar se o sujeito inconsciente está respirando ou não.

O socorrista terá então que avaliar se o tórax está se expandindo corretamente, sentir se há alguma deformidade palpando levemente o tórax, ouvir ruídos respiratórios (estertores, assobios…), contar a frequência respiratória e medir a saturação com um dispositivo chamado um medidor de saturação.

Você também deve observar se a frequência respiratória está normal, aumentada ou diminuída.

“C” no ABC: Circulação no paciente inconsciente

Verifique se há pulso carotídeo (pescoço) ou radial.

Se não houver respiração nem batimentos cardíacos, contate imediatamente o número de emergência e informe que está lidando com um paciente em parada cardiorrespiratória e inicie a RCP o mais rápido possível.

Em algumas formulações, C assumiu o significado de Compressão, referindo-se à necessidade vital de realizar imediatamente a massagem cardíaca (parte da ressuscitação cardiopulmonar) em caso de falta de ar.

No caso de um paciente traumatizado, antes de avaliar a presença e a qualidade da circulação, é necessário estar atento a qualquer hemorragia importante: a perda sanguínea abundante é perigosa para o paciente e tornaria inútil qualquer tentativa de reanimação.

Circulação “C” no paciente consciente

Se o paciente estiver consciente, o pulso a ser avaliado será preferencialmente o radial, pois a busca pela carótida pode causar maior preocupação à vítima.

Neste caso, a avaliação do pulso não será para verificar a presença do pulso (o que pode ser dado como certo quando o paciente está consciente), mas principalmente para avaliar sua frequência (bradicardia ou taquicardia), regularidade e qualidade (“full ” ou “fraco/flexível”).

Suporte avançado de ressuscitação cardiovascular

O suporte avançado de vida cardiovascular (ACLS) é um conjunto de procedimentos médicos, diretrizes e protocolos, que são adotados pela equipe médica, de enfermagem e paramédica com o objetivo de prevenir ou tratar a parada cardíaca ou melhorar o desfecho em situações de retorno à circulação espontânea (ROSC).

A variável 'D' no ABCD: Deficiência

A letra D indica a necessidade de estabelecer a condição neurológica do paciente: socorristas usam a escala AVPU simples e direta, enquanto médicos e enfermeiros usam a escala Escala de Coma de Glasgow (também chamado GCS).

A sigla AVPU significa Alert, Verbal, Pain, Unresponsive. Alerta significa um paciente consciente e lúcido; verbal significa um paciente semiconsciente que reage a estímulos vocais com sussurros ou carícias; dor significa um paciente que reage apenas a estímulos dolorosos; não responsivo significa um paciente inconsciente que não responde a nenhum tipo de estímulo.

À medida que você passa de A (alerta) para U (sem resposta), o status de gravidade aumenta.

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Desfibrilador “D”

De acordo com outras fórmulas, a letra D é um lembrete de que desfibrilação é necessário em caso de parada cardíaca: os sinais de fibrilação sem pulso (FV) ou taquicardia ventricular (TV) serão os mesmos de uma parada cardíaca.

Socorristas experientes usarão um desfibrilador semiautomático, enquanto profissionais de saúde treinados usarão um manual.

Embora a fibrilação e a taquicardia ventricular representem 80-90% de todos os casos de parada cardíaca[1] e a FV seja a principal causa de morte (75-80%[2]), é importante avaliar corretamente quando a desfibrilação é realmente necessária; os desfibriladores semiautomáticos não permitem a descarga se o paciente não apresentar FV ou TV sem pulso (por outras arritmias ou assistolia), enquanto a desfibrilação manual, que é prerrogativa apenas de profissionais de saúde treinados, pode ser forçada após a leitura do ECG.

“D” Outros significados

A letra D também pode ser usada como lembrete:

Definição do ritmo cardíaco: se o paciente não estiver em fibrilação ventricular ou taquicardia (e, portanto, não estiver desfibrilado), o ritmo que causou a parada cardíaca deve ser identificado pela leitura do ECG (possível assistolia ou atividade elétrica sem pulso).

Medicamentos: tratamento farmacológico do paciente, normalmente por meio de acesso venoso (procedimento médico/de enfermagem).

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Exposição “E”

Uma vez estabilizadas as funções vitais, é realizada uma análise mais aprofundada da situação, perguntando ao paciente (ou familiares, se não são confiáveis ​​ou capazes de responder) se tem alergias ou outras doenças, se está sob medicação e se eles já tiveram eventos semelhantes.

Para lembrar mnemonicamente todas as perguntas anamnésicas a serem feitas nos momentos muitas vezes frenéticos do resgate, os socorristas costumam usar a sigla AMPIA ou a sigla SAMPLE.

Especialmente no caso de eventos traumáticos, portanto, é necessário verificar se o paciente sofreu lesões mais ou menos graves, mesmo em áreas do corpo que não são imediatamente visíveis.

O paciente deve ser despido (cortando a roupa se necessário) e uma avaliação deve ser feita da cabeça aos pés, verificando se há fraturas, feridas ou sangramentos menores ou ocultos (hematomas).

Após a avaliação da cabeça aos pés, o paciente é coberto com um cobertor isotérmico para evitar possível hipotermia.

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“E” Outros significados

A letra E no final das letras anteriores (ABCDE) também pode ser um lembrete:

  • Eletrocardiograma (ECG): monitoramento do paciente.
  • Ambiente: Somente neste momento o socorrista pode se preocupar com fenômenos ambientais menores, como frio ou precipitação.
  • Fuga de ar: Verifique se há feridas no peito que perfuraram os pulmões e podem levar ao colapso pulmonar.

“F” Vários significados

A letra F no final das letras anteriores (ABCDEF) pode significar:

Feto (em países de língua inglesa fundus): se a paciente for do sexo feminino, é necessário verificar se está ou não grávida e, em caso afirmativo, em que mês de gravidez.

Família (na França): os socorristas devem se lembrar de ajudar os membros da família o máximo possível, pois eles podem fornecer informações importantes de saúde para cuidados posteriores, como relatar alergias ou terapias em andamento.

Líquidos: verifique a perda de líquidos (sangue, líquido cefalorraquidiano, etc.).

Etapas finais: entrar em contato com a unidade que vai receber o paciente crítico.

“G” Vários significados

A letra G no final das letras anteriores (ABCDEFG) pode significar:

Açúcar no sangue: lembra os médicos e enfermeiros de verificar os níveis de açúcar no sangue.

Vá rápido! (Vá rápido!): neste momento o paciente deve ser transportado o mais rápido possível para uma unidade de saúde (sala de emergência ou DEA).

H e I Vários significados

H e I no final do acima (ABCDEFGHI) pode significar

Hipotermia: prevenção do congelamento do paciente usando um cobertor isotérmico.

Cuidados intensivos pós-ressuscitação: fornecer cuidados intensivos após a ressuscitação para assistir o paciente crítico.

Variantes

AcBC…: um pequeno c imediatamente após a fase de vias aéreas é um lembrete para prestar atenção especial à coluna.

DR ABC… ou SR ABC…: D, S e R no início lembram

Perigo ou Segurança: o socorrista nunca deve colocar a si mesmo ou a terceiros em perigo, podendo ter que alertar os serviços de resgate especializados (bombeiros, resgate na montanha).

Resposta: primeiro verifique o estado de consciência do paciente chamando em voz alta.

DRs ABC…: em caso de inconsciência gritar por socorro.

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Fonte:

Medicina on-line

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